sexta-feira, 27 de março de 2009

Pearl Jam Momma Son - Parte II

Voltando à K7.

O som tem o eco natural de ser gravado de forma amadora num quarto ou algo do género, é engraçado, transporta-nos um pouco para aqueles tempos, do inicio da banda, dos bootlegs.
No inicio do Footsteps, alguém tosse, ao que o Eddie Vedder responde "Bless you" , um imprevisto calmamente resolvido...o monstro de palco estava a nascer. Será que o Jeff e o Stone, pensaram algo do género?

O Footsteps está quase na sua versão final, talvez seja a música que está praticamente a 100%. Que pena o Chris Cornell, ter já feito uma letra para a mesma música (está no álbum dos Temple of the Dog). Penso que caso contrário esta música nunca seria um outtake do Ten. Teria mesmo capacidades para com um pouco de trabalho e enriquecimento da mesma ser um Black II.

ve got scraches
all over my arms
one for each day
since I felt apart

and if there is something
you like me to do
please let me continue
to blame you

Footsteps in the wall
Pictures on my chest
it was you
it was you

Para mim os dois primeiros versos são brutais, tanto a letra como a forma que são cantados, ao nível do Black, quem é que nunca se sentiu assim???
Durante anos tive a panca de fazer uma tattoo à pala desta letra...enfim nonsenses da tenra idade.

Avelino F Torres

Cada vez mais acredito na justiça portuguesa.... e eu cada vez mais acredito que devia ter emigrado.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Pearl Jam Mamma Son - Parte I

Jack Irons - Ei, Eddie, tenho aqui uma demo de uns gajos de Seattle, os ex-Mother Love Bone, que precisam de um vocalista.
Eddie - Ok, deixa lá ver isso.

Ouvindo a demo:
Eddie - Ohhh, tenho umas ideias para letras que devem ficar a matar...

Stone e Jeff, ouvindo a cassete de volta:
Jeff - Vamos lá ver o que este gajo vale.
Stone - Tivemos o Andy que era tão bom vocalista, dificilmente arranjaremos outro assim.

Ouvindo a demo:
Jeff - Este gajo tem uma voz...pode ser o vocalista desta geração.
Stone - E as letras, super poderosas...o Alive que música !!!!!!!!!!!!!!!!!

Vim hoje a ouvir no carro a cassete, sim a cassete, incluída na box de reedição do Ten, e não pude deixar de sonhar com os momentos de gravação da demo. Sabe bem ter um artigo tão perto da história, tão original, tão cru.

Realmente, 90% das três músicas, foram aproveitadas para as versões finais, o que diz bem da qualidade inicial da músicas, e do auge de criatividade em que os futuros Pearl Jam se encontravam. Todas as alterações para as versões finais foram para melhor. Thank God.

O Alive, está praticamente igual, um sorriso, para uma diferença, o ... ohhh I, I´m still alive...é apenas...I´m still alive. As ligações de guitarra entre os versos ainda não existiam, e penso que a música foi acelerada meio tempo na versão final. A forma de cantar do Eddie, está lá se bem, que mais limpa que no Ten, mais próxima do que é hoje. E os grunhidos característicos do Ten, estão bem comedidos, tal como hoje em dia. Penso que terá havido um sujar das músicas, para uma aproximação ao grunge, sem dúvida que sem esse sujar, na altura o Ten seria um álbum de rock clássico.

No entanto não quero dizer que seria um pior ou melhor álbum, e também não penso que o Ten esteja datado, já que é um álbum intemporal. Houve apenas um natural e ligeiro beber do meio em que estavam envolvidos, penso que foi muito positivo para eles na altura, e para o público, que se identificou mais facilmente com a música.

terça-feira, 24 de março de 2009

Box Pearl Jam

Fui ontem à Fnac comprar um belo e caro exemplar da Collector Box Pearl Jam, vulgo a reedição mais completa do TEN.

Aproveitei para ouvir o Nuno Galopim e o Diogo, da MTV, mandarem uns bitâites sobre os Pearl Jam. Fiquei bastante agradado pelo Diogo ser um fã tão apaixonado (como se existissem outro tipo de fãs).

Primeiras impressões

1 - O livro com escritos e fotos da banca na época, extremamente completo, em particular os bilhetes dos concertos dos Mookie Baylock.
2 - A cassete Mamma Son, uma cópia integral da cassete da época, indo ao pormenor do escritos laterais, serem sobre tinta corretora. Um sorriso:

To Jeff...+ Stone.
a friend from california

E o resto é história

3 - As canções bonús.
4 - O poster gigante de lançamento do Ten.
5 - A qualidade das embalagens e impressões.

Em nota pessoal, foi lindo verificar duas coisas no livro que acompanha a Box, primeiro, um dos poucos posters, de concertos da altura, incluído no livro, existe no meu quarto à mais de uma década. Segundo, as várias set-lists existentes no livro, escritas à mão, têm letra igual à minha do Optimus Alive, o que confirma a sua veracidade. (thank u Marcus),.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Papa

"Não se resolve o problema da sida com a distribuição de preservativos. Pelo contrário, o seu uso agrava o problema."

Quem foi o débil mental que disse isto...o Papa. Que belo início de visita a África, só o local do planeta mais afectado pela epidemia.

Nem vale a pena....

Ás vezes pergunto-me porque razão me afastei da Igreja.....depois tenho a resposta.

terça-feira, 17 de março de 2009

Madrid

Gostei de muito de Madrid. Não só pelo facto de serem umas mini-férias, mas também pela cidade em si.

Já sabia ao que ia...a cidade vale pela Movida, que realmente é extraordinária, das 16h até longas horas da madrugada, todo o centro da cidade está pleno de pessoas, vida e excitação. As esplanadas repletas até às 2h00m, nas tapas, nos copos e na conversa animada e barulhenta...muito bom.

O centro é castiço, se bem que relativamente novo, fugindo um pouco à ideia mais tradicional de cidade europeia, com os seus monumentos muito antigos. A conservação é razoável, algo de que senti falta, foi da cor de Lisboa.

As avenidas principais, são extraordinárias, com uma arquitectura lindíssima e um estado de conservação muito bom.

PS: Tempo de Verão em Março...maravilhoso.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quase de férias

É só um fim de semana...

Mas vou conhecer Madrid, vai saber tão bem!!!

quinta-feira, 12 de março de 2009

E o Burro Sou Eu???

Vi uma declaração do Presidente Interino da Guiné-Bissau, que quando questionado se uma semana para começar o inquérito à morte do Nino Vieira, não seria atraso suficiente para desaparecerem provas.

Ao que ele respondeu, "...Sim lógico, mas para isso até um dia chega...".

Começo a desejar ter políticos assim, verdadeiros, que não apelem à ignorância do povo. E jornalistas incisivos.

E o 3º Mundo é onde???

sexta-feira, 6 de março de 2009

Release

Então aqui vamos nós à análise das letras das músicas do Ten.

Decidi começar pelo Release, a música nº11 e última do albúm. Antes de mais, tenho que dizer que adoro esta música, pelo ambiente que cria, a bela melancolia melódica e pensativa em que os Pearl Jam são mestres, pela letra em si, e pela simplicidade do todo e das suas pequenas perolas. Não sendo das músicas mais populares do albúm, esta sem dúvida bem cotada entre os fãs.

Nas interpretações mais oficiais esta música aborda a relação do Eddie com o pai, o que eu concordo, dada toda a sua história familiar e a temática do albúm.

Isto das interpretações tem que se lhe diga e muitas vezes pode estragar a música para outra pessoa.

Eu sempre vi esta música como uma abordagem simples e brutalmente directa sobre as relações pai-filho. Sempre imaginei um homem num ambiente soturno a pensar sobre a sua vida e sobre a sua relação com o pai, feliz com as sublimes ironias e agradado consigo próprio, pelo fechar do círculo, pela reconciliação com a vida.

I see the world, feel the chill
Which way to go, windowsill
I see the world's on a rocking horse of time
I see the birds in the rain
Ohh...ohh...ohh...ohh...
Oh, dear dad, can you see me now
I am myself, like you somehow
I'll ride the wave where it takes me
I'll hold the pain...Release me...
Ohh...ohh...ohh...ohh...
Oh, dear dad, can you see me now
I am myself, like you somehow
I'll wait up in the dark for you to speak to me
I'll open up...Release me...
Release me (3x)
Ohh...ohh...ohh...ohh...

Eu vejo o mundo, sinto o arrepio, nesta 1º linha em conformidade com o som, a voz do Eddie transporta-nos para um arrepio...
Para onde ir?... As interrogações da vida e da juventude.

I see the world's on a rocking horse of time....para mim uma peróla, uma das muitas das letras do Eddie Vedder, simplesmente adoro a frase...Vejo o mundo como um cavalo galopante (fazendo ligação ao rock e ao seu idolo Neil Young) no tempo.... A pressa de viver da juventude.

Eu vejo os passáros na chuva... a contemplação e introspecção.

Oh, dear dad, can you see me now
I am myself, like you somehow
I'll ride the wave where it takes me
I'll hold the pain...Release me...

Brilhante quadra, brilhante rima em Inglês, a brutalidade da simplicidade.

Oh querido pai, se tu me pudesses ver agora
Eu, sou eu, como tu de alguma forma.

O resumo simples e ternamente arrebatador da dicotomia da relação pai-filho, a procura da identificação própria, do ser diferente do pai (toda a juventude da vida) e o encarar, que por aparente obra do acaso, por sublime ironia, esse Eu encontrado, é extremamente parecido com o pai. Afinal tudo o que o pai diz de mal, acaba por não ser assim tão mal dito. (eddie descobriu, que o pai, já falecido, que viu só uma vez também tinha sido músico, e que afinal ele tinha alguma identificação com alguém, algo que lhe faltava na adolescência em relação ao pai adoptivo).

Tudo isto tranportado ao ponto da morte, da eventual falta de um ente querido (se tu me pudesses ver). Se isto não é de deixar um nó na garganta ao ouvir esta música...então não sei...

Eu vou navegar pela onda, para onde ela me leve... O doce encarar da vida, o pequeno sorriso, a tranquilidade do mar, o encarar a vida mais maduro e completo como homem, com um só objectivo viver.
Eu vou segurar a dor, liberta-me... um pedido para os fantasmas da relação pai/filho, um pedido ao pai, para o libertar, para o ajudar, para o doce navegar pela onda não ser mais interrompido.

Oh, dear dad, can you see me now
I am myself, like you somehow
I'll wait up in the dark for you to speak to me... vou esperar no escuro, que tu me fales... o ambiente intimista, a proximidade, o querer da palavra intima do pai.
I'll open up...Release me...eu vou-me abrir, liberta-me...o assumir a canção como uma catarse, o abrir-se para a vida, a libertação dos fantasmas...Liberta-me.

terça-feira, 3 de março de 2009

Noite

Quero deixar aqui o link http://esperobemquenao.blogspot.com/2009/02/as-minhas-noites-sao-melhores-que-os.html, para mais um grande texto do Alvim.

É sobre a noite, e é sobre algo que eu me identifico totalmente...gostas pouco gostas :)